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Writer's pictureJess Petkow Fraser

TEIA DA VIDA

A vida me emociona um tanto. Ser humano é algo tão incrível.Temos tanto para aprender, em um tempo que parece tão pequeno. São passos e mais passos criando a realidade, enquanto se acessa a realidade criada pelos outros. Fora a realidade coletiva, que seria esse ajuntamento de realidades individuais.

Indivíduo. Nascemos e nos descobrimos indivíduos, cheios de necessidades e características únicas. Algumas compartilhadas. Crescemos e fazemos nosso caminho em direção a se encontrar num ponto em comum. Desenvolvemos a sociedade com base nas necessidades individuais e parecemos não compreender a criação em conjunto. Desde o marco zero. A pergunta que poderia ser feito antes do princípio: O que queremos? Já que não se vive sozinho, não se materializa sozinho, não se transcende sozinho. Que momento foi esse em que pensamos que as necessidades do Eu se perderiam no Todo? Que pensamos que deveria ser criada uma luta por espaço e voz, ou seriamos engolidos? Que momento foi esse em que decidimos que queríamos ser importantes?

A existência em si, é extremamente importante. Não precisa tornar-se algo para então, ver-se valioso. O valor é real e vem de berço. O valor precisa ser reconhecido e então, compartilhado. Compartilhar ajuda na integração da mulher e do homem como indivíduos isolados (que na verdade não são), na segurança do coletivo, da vida em comunidades.

O coletivo é seguro, porque compreendemos que não estamos só. Compreendemos que o legado de uma vida de serviço fica no coletivo. Somos nós que passamos adiante ou abolimos algo. Todos juntos. Isso se percebe em todos os ecossistemas. Tanto no micro como macro. É uma grande troca, uma grande ciclagem e até dependência. Porque eu percebo e valido o papel do outro, eu posso assim, exercer meu papel. Posso preencher a lacuna que se alinha com meus valores. Mas você depende do outro preenchendo o espaço que lhe convém, para que você possa experimentar sua unicidade. Ou seja, voltamos para o todo. Para todo mundo.

Por isso a vida me emociona. Às vezes me encontro, e encontro outros, em suas próprias bolhas ilusórias que aprisionam e sufocam a existência. Um certo apego às dores e emoções alojadas na alma e no corpo, que nos impossibilitam de nos aventurarmos na troca dos relacionamentos. Relacionar-se desembaraça os nós do Eu. A permissão de entrar e deixar entrar além dessa densa, porém frágil, camada do Eu, elimina os muros imaginários que criamos.

O emaranhado do todo já existe. Nos resta sentirmos pertencentes, integrantes e criadores ativos nessa teia da vida*, para que possamos tomar decisões para o todo. Para todos.


*Teia da vida é um termo que faz menção ao trabalho e visão do físico, educador e ambientalista Fritjof Capra (http://www.fritjofcapra.net). Que por sinal publicou um livro com esse mesmo nome "A Teia da Vida", e é incrível. Leiam!


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